Na última década, muitos estudos tem sido realizados para entender os efeitos do microbioma e da vitamina D no sistema imunológico. Essas pesquisas tem mostrado que a microbiota exibe propriedades pró-inflamatórias e anti-inflamatórias de maneira direta ou indireta dependendo da sua composição e diversidade microbiana (MURDACA et al., 2021).
Consequentemente, as alterações da composição normal do microbioma estão estreitamente associadas a distúrbios imunológicos. Além disso, também é relatado que, as interações entre a vitamina D, as bactérias intestinais e o sistema imunológico podem ocorrer em vários níveis e podem incluir tanto o sistema imunológico inato quanto o adaptativo (MURDACA et al., 2021).
Como os níveis de vitamina D impactam na imunidade?
Embora a vitamina D seja bem conhecida por seu papel na homeostase do cálcio, ela também tem numerosos efeitos regulatórios diretos e indiretos no sistema imunológico. Entre seus efeitos sistêmicos, a vitamina D, principalmente por meio do receptor de vitamina D (VDR), também tem papel importante na modulação da resposta imune (YAMAMOTO; JØRGENSEN, 2020; MURDACA et al., 2021). Um dos efeitos exercidos por esse nutriente incluem brevemente a promoção de células T reguladoras (Tregs), inibição da diferenciação de células Th1 e Th17, comprometimento do desenvolvimento e função de células B e redução da ativação de monócitos (YAMAMOTO; JØRGENSEN, 2020). Estudos também mostram que a vitamina D atua diretamente nas células imunes para promover um estado anti-inflamatório, e o equilíbrio entre a atividade pró-inflamatória e anti-inflamatória é interrompido na deficiência de vitamina D em favor do primeiro (MURDACA et al., 2021).
De acordo com Murdaca et al. (2021), há evidências de que a suplementação de vitamina D pode reduzir a taxa de infecção, prevenindo distúrbios autoimunes, e há dados promissores que ligam a deficiência de vitamina D ao aumento das taxas de asma infantil e outras condições alérgicas.
Efeitos da ação da vitamina D na microbiota intestinal
A disbiose tem sido associada tanto ao início de processos inflamatórios intestinais quanto a condições extraintestinais associadas à inflamação crônica e disfunção metabólica, como síndrome metabólica, obesidade e doença atópica (MURDACA et al., 2021). De fato, vários estudos mostraram que a deficiência de vitamina D ou polimorfismos inativadores em VDR estão associados à disbiose do microbioma, com consequente aumento nos filos Bacterioides e Proteobacteria e distúrbios inflamatórios (MURDACA et al., 2021). A presença de VDRs no nível gastrointestinal pode ser um dos mecanismos pelos quais VD pode influenciar a composição microbiana, especialmente através da regulação da resposta imune gênero Parabacteroides.
Os VDRs também medeiam a produção de peptídeos antimicrobianos, como catelicidina e defensina da mesma forma que a forma ativa de VD induz sua produção no nível de macrófagos (BELLERBA et al., 2021). Esses peptídeos antimicrobianos desempenham um papel relevante na manutenção da homeostase microbiana. Além disso, as evidências existentes levantaram a hipótese do efeito de VD e VDRs na regulação e preservação da integridade intestinal e das funções da microbiota (BELLERBA et al., 2021).
Vitamina D e integridade intestinal
A barreira intestinal é composta por um muco espesso que cobre o epitélio intestinal; a camada mucosa externa hospeda bactérias comensais, o microbioma; e a camada interna, mais densa, exclui bactérias e antígenos externos, impedindo sua interação com as células intestinais (MURDACA et al., 2021). A sinalização de vitamina D e VDR tem um papel importante na manutenção da integridade epitelial, regulando a expressão das junções apertadas e junções aderentes. Quando esta camada é comprometida e as bactérias obtêm acesso à lâmina própria, a vitamina D também tem impacto na ativação e supressão do sistema imunológico inato e adaptativo neste local (MURDACA et al., 2021).
A sinalização do VDR também mantém a integridade da barreira intestinal ao interromper a apoptose induzida por inflamação das células epiteliais. Um aumento da permeabilidade na barreira intestinal tem sido associado a doenças intestinais (úlceras gástricas, DII, diarreia infecciosa) e extraintestinais (alergias, infecções, inflamações crônicas, diabetes tipo 1 e distúrbios comportamentais) (MURDACA et al., 2021).
Interrelação entre vitamina D, microbiota e sistema imunológico
Tanto a deficiência de vitamina D quanto a disbiose demonstraram afetar a inflamação sistêmica e crônica e aumentar o risco de várias condições, incluindo doenças cardiovasculares, neurológicas, infecciosas e metabólicas, distúrbios autoimunes e câncer (MURDACA et al., 2021). A deficiência de vitamina D altera o microbioma e a manipulação da abundância ou composição bacteriana, e consequentemente afeta a manifestação da doença. A falta de sinalização de vitamina D devido à deficiência alimentar ou comprometimento genético da expressão/atividade do VDR pode prejudicar a integridade da barreira física e funcional (YAMAMOTO; JØRGENSEN, 2020).
Isso permite que as bactérias interajam com o hospedeiro, levando à estimulação ou inibição das respostas imunes. Ou seja, nossas defesas imunológicas inatas naturais podem ser comprometidas no cenário de deficiência de vitamina D (YAMAMOTO; JØRGENSEN, 2020). É evidente que o sistema imunológico e o microbioma estão interconectados e que a vitamina D é um intermediário crítico nessa dinâmica, por isso, é importante manter os níveis de vitamina D adequados. Visando estimular o equilíbrio fisiológico do corpo humano através do suporte ao sistema imunológico, a Biobalance entrega produtos inovadores, com nutrientes e substâncias bioativas naturais e de alta qualidade. Por isso, conheça o: Deksel® suplemento de vitamina D3 Nanotecnológica em spray da Biobalance, que possui absorção potencializada com maior biodisponibilidade devido à forma e estabilidade do nutriente. Saiba mais no site!
REFERÊNCIAS
MURDACA, G.; et al. Vitamin D and Microbiota: is there a link with allergies? International Journal Of Molecular Sciences, [S.L.], v. 22, n. 8, p. 4288, 20 abr. 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8074777/. Acesso em: 27 abr. 2023.
YAMAMOTO, E. A.; JØRGENSEN, T. N. Relationships Between Vitamin D, Gut Microbiome, and Systemic Autoimmunity. Frontiers In Immunology, [S.L.], v. 10, p. 3141, 21 jan. 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6985452/. Acesso em: 27 abr. 2023.
BELLERBA, F.; et al. The Association between Vitamin D and Gut Microbiota: a systematic review of human studies. Nutrients, [S.L.], v. 13, n. 10, p. 3378, 26 set. 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8540279/. Acesso em: 27 abr. 2023