Prescrição nutricional de colágeno tipo II na prevenção e no tratamento da osteoartrite

Os distúrbios osteomusculares são gerados por um desequilíbrio entre a produção e a degeneração da cartilagem articular. Eles caracterizam-se pela decorrência de lesões nos músculos, nos tendões, nas articulações, nos ligamentos, nos ossos, nos nervos e no sistema vascular. Esses distúrbios podem prejudicar o sistema osteomuscular e provocar desequilíbrio funcional, acarretando, como consequência, dor aguda ou crônica e redução da mobilidade (SOARES et al., 2019).

A osteoartrite, também conhecida como artrose e/ou osteoartrose, é um distúrbio osteomuscular caracterizado pelo desgaste da cartilagem articular decorrente de fatores mecânicos, genéticos, hormonais, ósseos e metabólicos, os quais acarretam um desequilíbrio entre a degradação e a síntese de cartilagem articular e do osso subcondral (ITO et al., 2019). Ela se apresenta por um desequilíbrio entre a água e a matriz proteica da articulação, fazendo com que o processo de destruição da cartilagem seja maior que o de reparação (GONÇALVES et. al, 2021).

Relação entre o colágeno tipo II e a osteoartrite

A cartilagem articular é composta por 66 a 80% de água e 20 a 34% de sólidos, sendo a minoria de componentes inorgânicos, como a hidroxiapatita; e a maioria orgânica formada de colágeno do tipo II, junto com as proteoglicanas (GONÇALVES et al., 2021).

Na revisão de Gonçalves et al. (2021), são citadas formas para o tratamento e a prevenção de doenças osteoarticulares, como a osteoartrite, entre essas formas está o uso do colágeno, que é uma importante proteína para o corpo, já que garante a firmeza e o amortecimento das cartilagens articulares.

O colágeno é uma proteína fibrilar que tem por objetivo garantir a resistência aos tecidos, além de amortecer forças de impacto que as articulações diartrodiais estão submetidas. A diminuição gradual na produção de colágeno conforme os anos é acompanhada pelo aumento da sua degradação, ocasionando fragmentação e desorganização das fibras; além de diminuir a espessura e a força (BOMBANA; ZANARDO, 2019; GONÇALVES et al., 2021).

Gonçalves et al., 2021, relatam que o colágeno possui 16% de aminoácidos essenciais, como: triptofano, metionina, cistina e tirosina; e 60% de aminoácidos essenciais condicionais, como: glicina, prolina, alanina, hidroxilisina e hidroxiprolina.

Suplementação de colágeno

No corpo humano, o colágeno é sintetizado pelos aminoácidos resultantes da digestão proteica, a qual ocorre principalmente no duodeno e jejuno pela ação do suco pancreático. Sendo assim, para que a suplementação de colágeno tenha efeitos funcionais no organismo, ela precisa ser feita na forma de colágeno hidrolisado (CH), peptídeo feito laboratorialmente pela gelatinização e hidrólise enzimática de um colágeno vivo que é encontrado em tecidos animais (GONÇALVES et al., 2021).

A suplementação de colágeno, em sua forma hidrolisada, é apontada como tratamento a longo prazo para as doenças degenerativas articulares, apresentando efeito terapêutico positivo por meio da melhora da funcionalidade articular e da redução da dor em doenças articulares, tais como osteoporose e osteoartrite. A terapia com CH parece aumentar a densidade mineral óssea, o efeito protetor da cartilagem articular e apresentar alívio sintomático em quadros de dor (GONÇALVES et al., 2021).

Embora não haja consenso na dosagem de colágeno hidrolisado para a suplementação, observou-se o aumento da concentração de glicina e prolina no plasma com a suplementação de 8g diária. Além disso, foi evidenciada, também, a melhora em pacientes com doenças articulares que consumiram diariamente 10g; bem como melhor desempenho físico e redução do risco de deterioração das articulações em atletas que fizeram o mesmo tratamento (GONÇALVES et al., 2021).

Referência

GONÇALVES, Gabriela Bacelo et al. Colágeno na prevenção e tratamento de lesões articulares: uma revisão bibliográfica. Revista Científica das Faculdades de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Veterinária e Educação Física, v. 3, n. 6, 2021. Disponível em: https://periodicos.unimesvirtual.com.br/index.php/higeia/article/view/1312. Acesso em: 29 abr. 2022.

ITO, Cynthia Baldim et al. Causas, consequências e tratamento da osteoartrite do joelho e quadril: revisão sistemática. Arquivos do MUDI, v. 23, n. 3, p. 455-466, 20 dez. 2019. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/51570. Acesso em: 29 abr. 2022.

SOARES, Cleuma Oliveira; PEREIRA, Bianca Furtado; GOMES, Marcella Veronnica Pereira; MARCONDES, Laís Passos; GOMES, Fabiana de Campos; MELO- NETO, João Simão de. Fatores de prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho: revisão narrativa. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, [s.L.], v. 17, n. 3, p. 415-430, 2019. Disponível em: http://www.rbmt.org.br/how-to-cite/479/pt-BR. Acesso em: 29 abr. 2022.

BOMBANA, Vanessa Barbieri; ZANARDO, Vivian Polachini Skzypek. Uso do colágeno hidrolisado na prevenção do envelhecimento cutâneo. Perspectiva, Erechim. v. 43, n.161, p. 101-110, mar. 2019. Disponível em: https://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/161_750.pdf. Acesso em: 29 abr. 2022.

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