O diabetes mellitus pode ser caracterizado como um distúrbio metabólico crônico multifatorial acompanhado de alteração do metabolismo de macronutrientes devido à falta de atividade da insulina ou incapacidade de usá-la adequadamente (HUSSAIN et al., 2022).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que cerca de 693 milhões de pessoas serão diabéticas no final de 2030. O diabetes é dividido em diferentes tipos, sendo que o diabetes tipo 1 e tipo 2 representaram mais de 90% de todos os casos (ZHANG et al., 2021; HUSSAIN et al., 2022).
Fisiopatologia do diabetes mellitus (H2)
Ambos os tipos de diabetes mellitus (tipo 1 e 2) apresentam complicações associadas que ameaçam a vida e afetam o estilo dela. Elas incluem:
- Retinopatia diabética
- Cardiomiopatia diabética
- Encefalopatia diabética
- Periodontite diabética
- Nefropatia diabética
(HUSSAIN et al., 2022).
De acordo com Hussain et al. (2022), a inflamação ocorre quando patógenos invadem um sistema vivo ou ocorre lesão tecidual e, posteriormente, infiltram e ativam o sistema imune adaptativo e/ou inato, assim, resultando na produção de citocinas inflamatórias, na liberação de mediadores inflamatórios, o que podem levar a complicações diabéticas.
Ainda, segundo Hussain et al. (2022), o mecanismo pelo qual a inflamação ocasiona o diabetes mellitus não é totalmente compreendido, entretanto, fatores necróticos, citocinas, quimiocinas e interleucinas estão envolvidos no quadro. Os mediadores inflamatórios, por sua vez, geram espécies reativas de oxigênio e estresse oxidativo.
Diabetes mellitus tipo 1
O diabetes tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune em que as células β-ilhotas pancreáticas são destruídas pelo sistema imunológico. Tanto a imunidade celular quanto a humoral estão envolvidas na patogênese do DM1, sendo que durante a patogênese do DM1, desenvolve-se insulite (inflamação das ilhotas pancreáticas de células β). Além disso, as células T CD8+ e CD4+ estão envolvidas na patogênese do DM1, visando aos epítopos peptídicos e autoantígenos de células β (HUSSAIN et al., 2022).
Diabetes mellitus tipo 2 (H3)
O diabetes tipo 2 (DM2) é caracterizado por resistência à insulina, seguida de hipersecreção de insulina nas células β de Langerhans. Suas complicações comuns incluem doenças microvascular (retinopatia diabética, nefropatia diabética e neuropatia diabética), doenças macrovascular (doença cardíaca diabética, doença cerebrovascular diabética e doença vascular periférica) e aumento do risco de câncer (ZHANG et al., 2021; HUSSAIN et al., 2022).
O grau de DM2 varia em relação à resistência à insulina e disfunção das células β. A resistência à insulina é o fator chave na indução de DM2. Entre outros fatores causadores de resistência à insulina, a inflamação crônica é considerada mecanicista, seguindo determinadas vias inflamatórias, como Jun N-terminais kinases (JNKs) e o fator de transcrição NF-kappa B (Nf-κB) (HUSSAIN et al., 2022).
Além do papel das citocinas inflamatórias no diabetes, as adipocinas aumentam a resposta inflamatória e desencadeiam o DM2 relacionado à inflamação. As células imunes e os macrófagos induzem a infiltração no tecido adiposo, que desencadeia a inflamação, que, por sua vez, leva à secreção de quimiocinas e citocinas, estabelecendo uma ligação patológica entre diabetes, resistência à insulina e obesidade (HUSSAIN et al., 2022).
Potencial terapêutico da curcumina no DM2
A curcumina é um polifenol lipofílico natural, extraído da cúrcuma, que exibe diversas atividades terapêuticas, tais como: anticancerígena, antiúlcera, antimicrobiana, antidiabética, antioxidante, anti-inflamatória, antitumoral e hipolipemiante (ZHANG et al., 2021; HUSSAIN et al., 2022).
Esse composto bioativo está envolvido na regulação da glicemia, do metabolismo lipídico, além de reduzir a peroxidação lipídica por meio da normalização dos níveis de enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase, demonstrando o efeito protetor contra danos oxidativos (SILVA et al., 2022).
Segundo Marton et al. (2021), a biodisponibilidade da curcumina é baixa, o que leva a concentrações séricas reduzidas, diminuindo as possibilidades de produzir efeitos positivos à saúde. Devido a essas razões, nos últimos anos, métodos de entrega foram desenvolvidos para melhorar a biodisponibilidade da curcumina oral.
Algumas tecnologias farmacêuticas e combinações com outros compostos, como piperina ou lecitina, estão sendo consideradas, pois aumentam a solubilidade da curcumina, prolongam sua residência no plasma e melhoram o perfil farmacocinético e a absorção celular (MARTON et al., 2021).
Hussain et al. (2022) relatam que a curcumina foi avaliada em vários pacientes diabéticos. Os resultados mostraram uma redução no número de pacientes diabéticos após nove meses de intervenção de curcumina na fase pré-diabética. Além disso, ela tem capacidade de reduzir mediadores e fatores inflamatórios, como TNF-α, INF-γ, biomarcadores inflamatórios sistêmicos, como RANTES, e outros níveis de citocinas.
A curcumina está envolvida na melhoria da função das células β pancreáticas através do direcionamento de mediadores inflamatórios. Tanto o estresse oxidativo quanto os mediadores inflamatórios, que estão interligados no diabetes mellitus, são influenciados pela curcumina. Ela também normaliza citocinas inflamatórias como IL-6 e IL-1β (HUSSAIN et al., 2022).
Além disso, a curcumina tem como alvo mediadores inflamatórios na resistência à insulina, podendo restaurar a disfunção associada ao Nrf2, que promove o controle da resistência ao diabetes. Esse composto mostrou potencial terapêutico no manejo do diabetes mellitus resistente, visando ao controle de mediadores inflamatórios (HUSSAIN et al., 2022).
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- Atua como mediador da resposta anti-inflamatória.
- Age na proteção das cartilagens e manutenção da flexibilidade.
- Auxilia na redução das dores articulares.
- Potente efeito antioxidante.
REFERÊNCIAS
HUSSAIN, Y. et al. How Curcumin Targets Inflammatory Mediators in Diabetes: therapeutic insights and possible solutions. Molecules, [S.L.], v. 27, n. 13, p. 4058, 24 jun. 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35807304/. Acesso em: 01 ago. 2022.
ZHANG, T. et al. Efficacy and Safety of Curcumin Supplement on Improvement of Insulin Resistance in People with Type 2 Diabetes Mellitus: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Evidence-Based Complementary And Alternative Medicine, [S.L.], v. 2021, p. 1-19, 24 ago. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34484389/. Acesso em: 01 ago. 2022.
SILVA, J. M. et al. Properties of Curcuma longa L. in type 2 diabetes mellitus: Integrative review. RBONE – Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 14, n. 90, p. 1180-1191, 7 fev. 2022. Disponível em: http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1536. Acesso em: 01 ago. 2022.
MARTON, L. T. et al. The Effects of Curcumin on Diabetes Mellitus: a systematic review. Frontiers In Endocrinology, [S.L.], v. 12, 3 maio 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34012421/. Acesso em: 01 ago. 2022.